The reward – Many years ago, maybe too many centuries, the Venetians painted their boats of black for the reward of life. Thus, the color of wood that was once of every will became darkness. Between each city there’s an amazing number of towers reaching for the sky as if they were promises that today are but past wishes. Trevvizo, Vicenza, Venice… we hang the strings of our hearts in each tower and we head forward to each city with the close attention of one who wants to drink more than what the eyes will be able to keep. Yesterday we were in Rovigo or Padova? The days confuse our turns. Today they confused us to Mestre, a city not far from Venezia where we’re received by the smiles of Diego and Marco.
fevereiro 19, 2010
A recompensa
Em círculos até nos encontrarmos
Dias sem palavras, apenas de gestos e coincidências. Ruas de santos e catedrais onde não cabe toda a fé que aqui procura albergue. Os prédios modernos destas cidades não são boa companhia das torres que entre eles reivindicam os olhos de Deus. Em Padova, uma catedral da qual não me recordo do nome escrito numa das entradas guarda feridas de outros dias. Como é o som do caos? É o sabor da cinza das ruínas que a guerra dá à luz. Parte desta catedral é restauro de obra de demónios desconhecedores de fronteiras sagradas. De cada um dos lados do altar há um anjo que segura uma coroa na mão e ao centro dele esperam outros dois que esperam a chegada. Mas se a igreja é dos homens e Deus é o de todas as coisas invisíveis, então a oliveira por onde passámos à porta da catedral deveria ser o suficiente para aguardar qualquer chegada – ou partida.
Os bancos dianteiros prostrados diante do altar têm placas com os nomes gravados das almas que ao partir daqui os decidiram cá deixar para os que cá ficaram. Estranha é a vontade humana. Andamos em círculos até nos encontrarmos, mas não nos quedamos o suficiente e continuamos em círculos até nos perdermos.
Avançamos para Vicenza, retrocedemos a Padova.
A cada passo do regresso, o som dos sinos que assomam a praça principal de Vicenza num estrondo ensurdecedor, vai aumentando até nada se ouvir senão silêncio. Ouço o lobo dentro do meu peito e aguardo novo estrondo.
Aguardo sempre novo estrondo.