outubro 27, 2014

No True Magic. Obrigado.


Decorridos três anos da edição do “Drunken Sailors & Happy Pirates”, hoje, dia 27 de Outubro de 2014, foi o dia que escolhemos para estrear o nosso mais recente álbum: No True Magic. Ainda não havíamos terminado as gravações de “Drunken Sailors & Happy Pirates" e já algumas das músicas deste novo trabalho começavam a surgir. Porém, sabíamos de antemão que seriam necessários, no mínimo, três anos para o poder terminar. Depois de embriagados pelo processo criativo, o tempo que passou desde a génese das primeiras músicas deste álbum permitiu que nos acercássemos da razão. O tempo tornar-se-ia, mais uma vez, no melhor juiz dos nossos actos. Estes anos serviram para poder agora oferecer este novo grupo de histórias a vós, que já nos ouviste, e a vós, que nos poderão vir a ouvir. Porque sem o vosso coração aberto para receber as nossas canções, quem iria sentir o nosso que escancarámos para as criar?

Ainda que a criação seja frequentemente considerada como um acto solitário, tivemos a sorte e o privilégio de neste álbum poder privar com outros músicos que nos ajudaram a engrandecer a forma final de cada canção. Guardamos para eles os nossos agradecimentos no verso da capa da edição física deste álbum, mas não podemos aqui olvidar os seus nomes. O nosso grande companheiro Guilherme Pimenta que gravou todas as baterias e que nos acompanha na estrada há três anos. A Maria Côrte, também companheira de estrada, que nos trouxe a harpa, violino e viola de arco. O nosso velho parceiro Gito Lima que veio acompanhado do contrabaixo e que o partilhou com o Pedro Serra e o Miguel Gelpi. O Laurent Rossi que trouxe a trompa e o Hugo Fernandes com o seu violoncelo. A Carla Torgerson que nos ofereceu uma voz pela qual nos apaixonámos há quase 20 anos e por fim a nossa eterna cúmplice que, não nos acompanhando agora, terá sempre um trono no nosso coração, a Susana Ribeiro. E por detrás de todas estes sons há as mãos invisíveis que nos ajudaram a gravar No True Magic e sem as quais a ilusão não seria mantida: Glenn Slater (Wakatake Studio), Sérgio Milhano (Ponto Zurca Studio) e o João P. Miranda (Attack-Release Studio), que para além de nos ajudar na gravação também o misturou e masterizou. E por fim, se vierem a ter o álbum físico na mão, saibam que as fotos, tão mágicas na sua concepção, são da nossa fotógrafa Sofia Silva, da Paula Lourenço e do Miguel Duarte, e que toda a concepção do design gráfico é assinada por Gito Lima, que aqui acaba por receber dois agradecimentos, ainda que estes nos pareçam poucos, tal é a generosidade com que nos agraciou. Generosidade: sim, é isso que recebemos de todas as pessoas que se envolveram na criação deste álbum. Estamos profundamente gratos a cada uma delas. Os nossos agradecimentos estendem-se ainda a quem tão próximo está de nós em todas as horas: à Daniela, à Mónica, ao Sebastião Salgueiro, às nossas famílias e a tantas outras pessoas que contribuíram para este álbum e às quais, dado o espaço diminuto e o volume da nossa gratidão, apenas podemos oferecer este pequeno gesto. 

Não nos vamos deter na explicação do conceito deste álbum. Há um parágrafo no final desta nossa missiva que cumpre essa finalidade. Quem já nos conhece, sabe que os nossos álbuns foram sempre construídos em torno de um conceito e que existe uma razão para tudo o que neles reside. Nada é deixado ao acaso e não existe uma insignificância sem significado. Talvez por ser o quarto álbum, a experiência da construção dos anteriores vai-nos tornando melhores conhecedores das razões que nos movem. Essas forças motrizes agirão sempre de diferentes formas, trilhando vários caminhos ao vosso encontro. Aqui apresentamos o resultado de mais uma viagem para chegar até vós e às portas do vosso coração.

João Rui, Jorri
a Jigsaw
27 de Outubro de 2014


O conceito: NO TRUE MAGIC aborda a questão da suspensão da mortalidade. Talvez que até ao fim acreditaremos na promessa dos milagres – ou no milagre maior da imortalidade. Na magia, quando é por fim revelado o processo do truque, este deixa de ser magia para se tornar ilusionismo. Em 1817, o poeta e filósofo Samuel Taylor Coleridge cunhou o termo “willing suspension of disbelief”, que na abordagem da literatura permitiria ao leitor a suspensão do julgamento da implausibilidade de uma determinada narrativa. Neste álbum, é assim que se encara a mortalidade. É esta a premissa que justifica a manutenção das nossas crenças aliviadas do peso dessa inevitabilidade. NO TRUE MAGIC revela-nos a aceitação dos termos da nossa mortalidade.

Para adquirir o álbum podem fazê-lo em www.ajigsaw.net