abril 20, 2012

A suspensão do segredo [19.04.2012 Groningen – Holanda]


Como poderia eu explicar-te o delírio que ocorre à construção do meu bom assassino? Tenho a certeza que existe uma certa matemática que assiste a todo este processo da construção de uma canção. Mas quanto a mim, o que mais posso é deixar-te observar as notas de rodapé que abandonei na solidão do caderno negro – e que agora aí aguardam pacientes o seu lugar.
João Rui


The suspension of the secret [19.04.2012 Groningen – The Netherlands] How could I explain to you the lingering delirium of the construction of my good assassin? I am sure that there is some math that assists this entire process of building a song. But as for me, the most I can do is to let you look at the footnotes I abandoned in the solitude of the black book - and where they patiently await their place. João Rui

Do Banquete [18.04.2012 Oldenburg – Alemanha]

Acostumei-me a nada aguardar do pouco que a vida me poderia reservar. Então, cada golfada de ar é um banquete e cada pétala um manjar. Assim, as parcas oferendas que me concede o engenho nesta antecâmara de silêncio, guardo-as debaixo da pele até que o sangue as seduza ao seu fim.
Hoje, a noite que nada me prometera, trouxe-me mais do que eu aguardava – e tivemos que retornar a subir os degraus do palco porque os aplausos do que seria o fim não nos permitiam outra casa.
João Rui
Of the banquet [18.04.2012 Oldenburg – Germany] I’ve grown accustomed to wait nothing from the little that life could have in store for me. So, every breath of air is a banquet and every petal a feast. Thus, the small offerings my mind allows me in this room of silence, I keep them under my skin until the blood seduces them to their end. Today, the night, who had promised me nothing, brought me more than what I was waiting for – and we had to go back up the stairs to the stage because the applauses of what would be the end , did not allows us any other home. João Rui