O dia só termina quando a sombra dos acordes encontra o seu caminho através da noite. Um por um, os instrumentos vão retornando ao seu abrigo – e parte de mim também se vai arrumando nessas caixas de madeira, à espera de não voltar.
– De que têm medo estes dedos que tão bem conheciam os seus silêncios e as tuas preces?
Atiramos então o corpo cansado ao frio dos lençóis, um pouco antes do dia voltar a ser da mesma luz que trocámos por um pouco de eternidade.
E a esta hora que aqui vens sem saberes bem porquê, já só vais encontrar o estertor destas horas que se esqueceram de partir.
João Rui
– De que têm medo estes dedos que tão bem conheciam os seus silêncios e as tuas preces?
Atiramos então o corpo cansado ao frio dos lençóis, um pouco antes do dia voltar a ser da mesma luz que trocámos por um pouco de eternidade.
E a esta hora que aqui vens sem saberes bem porquê, já só vais encontrar o estertor destas horas que se esqueceram de partir.
João Rui
5:52 - The day is only over when the shadow of the chords finds its path through the night. One by one, the instruments return to their shelter – and part of me is also finding place in those wooden boxes, waiting not to return. – what are your fingers afraid of? They who knew your fingers so well, as your prayers. We throw our tired body to the cold of the sheets, a little before the day returns to the same light which we traded for a bit of eternity. And now, at this hour when you find your way here, not really knowing why, you will only find the last breath of these hours that forgot to leave. Joao Rui