8 Oct 09
Esta é a primeira das crónicas que surgirão todos os meses em lugares indeterminados, algures entre Glasgow e Lisboa.
Estou no aeroporto de Luton a tentar encontrar as palavras certas para descrever a ânsia que vai tomando conta de mim à medida que me aproximo de “vocês”… mas nada sai, para além de uma mistura de vocábulos em portugalês que não me atrevo a redigir. No meio desta confusão ocorrem-me palavras que nunca confundo – nomes próprios e nomes colectivos e uma série de outras palavras icónicas, como pão, café e sagres.
Voei acompanhada de Kant em busca de uma sensação familiar que me afastasse do medo. De facto, o medo, per si, não constitui um problema – o avião em chamas não me aterroriza; angustia-me mais o amor que a morte – mas facto é que ao questionar os limites da lógica de associação de palavras me deparo com uma série de imagens sem nome próprio que vivem apenas no imaginário colectivo.
Nomes próprios – Mano, João e Susana (perdoa Mané mas ainda estás em portugalês); nomes colectivos – família e amigos. E com isto dizer que perdi a noção de fronteira, que como o meu amante dizia isto de um dia ter a relação mediada por um conjunto de pixéis e no outro estar perto de, a falar com, a tocar, a sentir, a cheirar… distorce a noção de tempo. Não sei agora bem quanto tempo demorarão estes dois anos. Não sei a que horas jantar ou quando parar de trabalhar… e não consigo ouvir música desde que daí parti.
Não vos oiço desde que aqui cheguei. Explico-me a tentar contrariar um sentimento de nostalgia que de momento renego. Se o Lobo tem alguns meses para muitos compreenderão que, para mim, tem anos e histórias de silêncio. Estou ansiosa com o presente e o presente que já me deram foi fazerem-me ouvir de novo. As novas melodias acordaram-me e por isso obrigada!!!
Estou no aeroporto de Luton a tentar encontrar as palavras certas para descrever a ânsia que vai tomando conta de mim à medida que me aproximo de “vocês”… mas nada sai, para além de uma mistura de vocábulos em portugalês que não me atrevo a redigir. No meio desta confusão ocorrem-me palavras que nunca confundo – nomes próprios e nomes colectivos e uma série de outras palavras icónicas, como pão, café e sagres.
Voei acompanhada de Kant em busca de uma sensação familiar que me afastasse do medo. De facto, o medo, per si, não constitui um problema – o avião em chamas não me aterroriza; angustia-me mais o amor que a morte – mas facto é que ao questionar os limites da lógica de associação de palavras me deparo com uma série de imagens sem nome próprio que vivem apenas no imaginário colectivo.
Nomes próprios – Mano, João e Susana (perdoa Mané mas ainda estás em portugalês); nomes colectivos – família e amigos. E com isto dizer que perdi a noção de fronteira, que como o meu amante dizia isto de um dia ter a relação mediada por um conjunto de pixéis e no outro estar perto de, a falar com, a tocar, a sentir, a cheirar… distorce a noção de tempo. Não sei agora bem quanto tempo demorarão estes dois anos. Não sei a que horas jantar ou quando parar de trabalhar… e não consigo ouvir música desde que daí parti.
Não vos oiço desde que aqui cheguei. Explico-me a tentar contrariar um sentimento de nostalgia que de momento renego. Se o Lobo tem alguns meses para muitos compreenderão que, para mim, tem anos e histórias de silêncio. Estou ansiosa com o presente e o presente que já me deram foi fazerem-me ouvir de novo. As novas melodias acordaram-me e por isso obrigada!!!
Sofia Silva