Da varanda do CAEP observam-me as ruínas e torres da cidade; e as chaminés já só entregam ao vazio o fumo da memória. Robinson. Passou um ano desde a última vez que aqui estivemos em fuga; sem tempo para conhecer as ruas, as caras – os silêncios desta cidade. Despedia-me eu dela como se não fora possível regressar; como se achasse a razão da minha mãe fantasia. Mas não era. E Portalegre, terra de lobos como nós, guardou um sorriso que hoje me entregou.
João Rui
The reason of my mother [06.05.2011 Portalegre] From the balcony of the CAEP I’m watched by the ruins and the towers of the city; and the chimneys only deliver the smoke of memory. Robinson. One year has passed since the last time we were here on the run; without time to know the streets, the faces – the silences of this city. I said farewell as if the return was not possible; as if I thought my mother’s reason was a fantasy. But it was not. And Portalegre, land of wolves like us, kept a smile to offer me today. João Rui