março 30, 2009

"Like the Wolf" ouvido por Nuno Ávila :D

"Ao segundo disco ,os a Jigsaw encontram finalmente o seu caminho. Agora a direito e sem muitas curvas. O som está definido. Tem muito de folk e outro tanto de blues. Johnny Cash é a referência maior.

Em “Like The Wolf” a banda transporta para disco aquilo que tem feito enquanto trio que se adaptou à estrada de forma a mostrar “Letters From The Boatman”.
São canções com muita terra, por vezes mais íntimas, outras mais desabrochadas, sempre com uma pitada acústica, mas onde o banjo e sobretudo o violino nos fazem passear pelos sons folk americanos.Como resultado, o trio oferece-nos neste segundo disco uma dúzia de canções de fino recorte, mas que à primeira audição nos soam menos imediatas que as do primeiro disco. Como resultado temos um disco que se torna cada vez mais belo a cada audição. É um registo para se ir descobrindo, cheio de sublimes pormenores.Se muitos há que gostam de deixar o bom vinho respirar para o sorver em suaves tragos, outros há que gostam de beber tudo de uma assentada. E são esses, os que não estão preparados para líquidos tão finos, que poderão achar este registo de dificil ingestão.Mas aqui há que dar tempo ao tempo. Deixar as músicas escorrer pelo nosso corpo.

“Like The Wolf” foi pensado. Saiu da alma. Arranjou cúmplices e tornou-se gente.Nota maior para a participação de Becky Lee nas faixas “His Secret” e "Return To Me”, que imprime um ar ainda mais sensual à música dos a Jigsaw.Ouvindo canção a canção com ouvidos atentos, notamos que em muito deste disco o som dos a Jigsaw está mais encorpado, muito graças a um contrabaixo e a um piano que se entrelaçam no som doce das melodias.

Miro Vaz volta a brilhar na produção e sem medo arrisca processos de registo, que se adequam na perfeição ao som pretendido pela banda.

Em “Like The Wolf” são outros os processos de criação. Houve outro pensar. Os músicos entregaram-se de outra maneira. João Rui, molda a sua voz com o intuito de a encaixar de forma sentida no restante corpo da canção. Por vezes lembra Leonard Cohen. Dedilha a guitarra com alma e faz o banjo chorar melodias. Jorri dá corpo ao som, ora nas percursões, ora no contrabaixo. Susana presenteia-nos com o seu violino mágico. Mas cada um deles não se fica por aqui, faz muito mais.Este disco começa de forma viva, destacando-se o single “Red Pony”, depois ganha por instantes cores mais pardacentas, tornando-se mais denso, para sair lindo, como começa com a sublime “ A Little Story”. Belo coro.

Estamos assim, perante um disco forte nas convicções, trazido por um grupo que sabe o que quer e como chegar lá. Longe vão os dias das guitarras mais sónicas.Agora é tempo de deixar o lobo uivar e de lhe fazer uma festa. As portas da floresta estão abertas."


Nuno Ávila in santosdacasa.blogspot.com


"Like the Wolf" heard by Nuno Ávila:
"on second album, the a Jigsaw finally find their way. Now, straight and without too many bends. The sound is set: Has as much of folk as of blues. Johnny Cash is the greatest reference.
In "Like The Wolf" the band carries to tape what the trio has been doing while adapting to the road the album "Letters From The Boatman".
The songs have a lot of ground, sometimes more intimate, some more full-blown, with a pinch of an acoustic sound, but where both the violin and the banjo make us walk in the folk American sounds. As a result, the trio give us in this second album a dozen thin-cut crop of songs, but that at the first hearing in the sound are less immediate than the those of the first album. As a result we have an album that becomes more beautiful with each listening. It is a record to taste, full of sublime details. If many like to let the wine breathe and sip with softness, others like to drink all of a stretch. And these are those who are not prepared for such a thin liquid for they may find it difficult to digest. One must give time to time and Let the music flow through our body.
"Like The Wolf" was thought. Came out of the soul. Found Accomplices. High grade for the participation of Becky Lee in the tracks "His Secret" and "Return To Me", where she prints a more sensual air to the music of a Jigsaw. Listening with attentive ears, one notices that on this album the sound of the a Jigsaw is thicker: much thanks to the upright bass and a piano that intertwine in the sound of sweet melodies.
Miro Vaz returns to shine in the production and risks without fear of the recording processes, which fit perfectly to the sound desired by the band.
In "Like The Wolf" there are other processes of creation. There was another thought. The musicians gave themselves differently. João Rui, shapes his voice in order to fit in with the body of the songs. Sometimes he reminds me of Leonard Cohen; he fingerpicks the guitar with soul and makes the banjo cry tunes. Jorri gives body to the sound, sometimes in percussions, sometimes in the upright bass. Susana presents us with her magic violin. But each one of them does not stop there, they go further, much further.This album begins in a lively fashion, particularly with the single "Red Pony"; after briefly gaining a more mousy color, it becomes denser, to come out beautiful and leave as it begins with the sublime "A Little Story." Nice chorus.
Thus, we are faced with an album with strong beliefs, brought by a group that knows what it wants and how to get there. Gone are the days of the sonic guitars. Now it is time to let the wolf howl and to pat him. The doors of the forest are open."
Nuno Ávila in santosdacasa.blogspot.com


março 26, 2009

Café-Concerto Torres Novas ::: 7. Março

Não é todos os dias que temos o prazer de receber mimos deste nível. A Tânia desenhou-nos enquanto tocávamos no Café-Concerto em Torres Novas, a 7 de Março.
Lembramo-nos bem de uma menina de sorriso aberto e simpático e olhar atento a rabiscar e, afinal, era para nós!!! Como achamos que o desenho está fantástico, tínhamos que partilhá-lo convosco! :D

Obrigada, Tânia*


(clique na imagem para ampliar)

It is not every day that we are pleased to receive cuddles of such high class. Tania drew us as we played at the Cafe-Concerto Teatro Virginia in Torres Novas on the 7th of March.
We remember well a girl of an open smile and friendly eyes, scribbling and, after all it was for us! Because we think the design is fantastic, we had to share it with you! : D
Thanks, Tania *


março 24, 2009

Idade Rosa

As cartas do barqueiro estão agora tingidas de rosa seco. A tinta escorreu entre jornadas e infiltrou-se no solo percorrido pelos a Jigsaw. Dele brotaram músicas ansiosas, reunidas sob um único nome: Like the Wolf.

Os a Jigsaw regressaram a nós, sacudindo a água da chuva que ainda lhes pesava sobre os ombros. Humedeceram as fendas dos lábios, abertas pelo sal do mar. Lavaram as mãos escurecidas pela terra e despediram-se de um Inverno de intempéries. Estas assolaram a sua embarcação enquanto estavam em alto mar. Quando pisaram terra firme, havia árvores a tombar sobre o caminho e os trilhos haviam sido tomados pela lama. Os seus olhos haviam acompanhado o voo das aves migratórias. Nas suas roupas ainda se distinguiam as tonalidades do mundo.

A figura que dá nome ao álbum seguiu-os de longe. A sua presença apenas se fazia sentir quando o céu escurecia e a lua era dividida pela sua silhueta. No final da jornada aproximou-se a medo. O Inverno havia atenuado as suas linhas, tornando-as familiares. O lobo procurava abrigo da intempérie e refugiava-se na companhia dos a Jigsaw. Foram muitas as histórias contadas por esta figura enquanto se aninhava à beira de Jorri, Susana e João Rui. A passo e passo, o medo desfazia-se sob a forma de uma ilusão. O lobo tornava-se num amigo fiel, de olhos serenos e cativantes, feliz por ter sobrevivido a mais um rude Inverno. Também ele aguardava pelo início da Primavera.

Eis então que os primeiros raios primaveris iluminaram a terra e os a Jigsaw responderam ao chamamento. Chegaram no dia 07 de Março, quando o sol retomou o seu posto. Foi no Teatro Virgínia, em Torres Novas, que os a Jigsaw vestiram acordes extraídos de uma harmónica e de uma guitarra; de um violino e de um teclado; de uma melódica, de um harmonium e de um contra-baixo.

No dia 06 de Abril o banjo, o ukulele e a autoharp prometem juntar-se a esta cerimónia. Quando Like the Wolf chegar, a voz de Becky Lee, as percussões e contra-baixo de Miguel e Gito (Soaked Lamb) serão uma ilusão, que acabou por materializar-se.

Daniela Cortes Maduro







© Sofia Silva, Feb'09


Aged rose
The boatman’s letters are now tainted with an aged rose colour. The paint has leaked between his journeys and has permeated the ground walked by the a Jigsaws, until eager songs bloomed. These wanted to see the world and were gathered under a single name. They are now part of a Jigsaw’s new album: Like the Wolf. The a Jigsaws came back to us, shaking the water-rain which was still weighting on their shoulders. They licked the slits on their lips caused by the salty seawater. They washed their hands darkened by the earth and bade goodbye to the winter storms. These have challenged their ship while they were in open sea. When they first stepped dry land, there were trees falling over their tracks and the trails were turned into mud. Their eyes had followed the migrant birds. It was still possible to recognize the world’s tonalities on their clothes. Now they are back. The character who gave its name to this album has followed them from afar. Its presence was only felt when the sky darkened and the moon was split into two by its silhouette. At the end of the final journey he came closer. Winter had smoothed his lines, turning them into something familiar. The wolf was longing for a safe place and looked for the a Jigsaws’ company. While he was curled close to Jorri, Susana and João Rui he told plenty of stories. Gradually, the fear was turning into an illusion. The wolf was now a faithful friend, with serene and captivating eyes, happy to survive a harsh winter. He too was longing for the beginning of spring. As soon as the first spring sunrays lighted the earth the a Jigsaws answered the call. They arrived on the 7th of March, when the sun recovered its place. It was in the Teatro Virginia (Torres Novas) where this band dressed themselves with chords extracted from a harmonica and a guitar; from a violin and a keyboard; from a melodica, a harmonium and an upright bass. On the 6th of April, the banjo, the ukulele and the autoharp promise to join this ceremony. After Like the Wolf album’s release, Miro Vaz’s production, Becky Lee’s voice, Miguel’s and Gito’s percussions and upright bass (Soaked Lamb) and Carlos Ramos’ drums (Pluma) will be an illusion, which happened to materialize.
Daniela Cortes Maduro

março 23, 2009

Red Pony (Lyrics)

There are men, begging to be free
Stranded here, against the door
If all of this is real, then the dream is over,
And I, oh my, I am a stranger to you

So what about the moon, it’s mine to steal
So what about the moon, it’s mine to steal, mine to steal, alright!

Red, Red Pony, stand out by my door
Red, Red Pony, stand outside my door, alright

Oh let’s just sing of the old, the good old days
Let’s just bring them back
And hear them on hi-fi stereos

So what about the moon, it’s mine to steal
So what about the moon, it’s mine to steal, mine to steal,
Alright, boys!

Red, Red Pony, stand out by my door
Red, Red Pony, stand outside my door, alright

Lyrics available in http://ajigsaw.blogspot.com/

março 11, 2009

O Pássaro que alimenta a Alma do Lobo

© Sofia Silva, a Jigsaw, 2009

Seja a maturidade a permitir o equilíbrio ou a natureza a facultar a harmonia do homem, o olhar de abrigo que nos leva a casa será sempre mais denso, indício de um mundo interior cheio de percalços.
Esta nova imagem não nasce de uma lenda histórica, mas do conteúdo de um albúm que se dispõe a um imaginário.
As cartas deixaram de ser guia. A tinta escorre e desvanece e ficamos entregues a um subtexto onde habita um novo corpo.
É aí que vivem os Irmãos de Inverno, com a certeza de fazerem o caminho da virtude e da vida da qual não sabem o fim. Espalham-se trilhos de desejos, para purificar a casa; escavam-se buracos, para enterrar a casca que deixou de ser cartão de visita; elevam-se as almas, para que a natureza possa fazer uso da sua liberdade.
Uma imagem só que diz, como quem grita, aos Homens maduros, para não serem a mentira, nem o medo, nem a falta de amor, é a mesma que encoraja os Homens para se protegerem da verdade e da ingenuidade com que se projecta a música neste universo de Lobos e de vida que sopra melancolia.


SofiaSilva

May it be maturity allowing the balance or nature allowing the harmony of man, the eyes of shelter that leads us home will always be denser, an indication of an interior world filled with unexpected events.
This new image is not born of a historical legend, but of the content of an album that makes room for the imaginary.
The letters ceased to be our guide. The ink drains and vanishes and we are left with a subtext where a new body inhabits.
There live the Brothers of Winter, certain they are travelling the path of virtue and of the life of which they do not know the end to. Tracks of desires are spread, to clean the house; holes are excavated, to embed the rind that ceased to be a business card; the souls are raised, so that nature can make use of its freedom.
An image alone that says, as one cries out, to the mature Men, not to be the lie, nor the fear, nor the lack of love, it’s the same that encourages Men to protect themselves from the truth and the naivety with whom one imagine the music in this universe of Wolves and life that blows melancholy.

café concerto :: teatro virgínia :: 7/Março

Não têm estado acorrentadas, mas ainda não puderam voar. Não estiveram amordaçadas, mas as paredes da casa azul são demasiado largas para se fazerem ouvir cá fora (excepção ao vizinho Alcides da moto-serra). As canções, sempre as canções. A ansiedade tem sido tanto delas como nossa, mas nós temos a razão, elas a loucura, se nós sonhamos, elas são o próprio sonho. Por isso, temos tido o cuidado de ter sempre as portas e janelas fechadas… até ao passado sábado! Fomos muito bem recebidos em Torres Novas, no Café Concerto do Teatro Virgínia, por quem nos abriu as portas do espaço, por quem nos serviu um delicioso jantar bem regado a tinto, por quem fez viagens de longe para mais uma vez nos apoiar, por quem nos sorriu, à distância e timidamente, mas que estava ali para nos ouvir. Além das canções, levámos os novos instrumentos, o contrabaixo, o piano, o cajón, o ukelele. Arrisco falar por todos e confessar que o nosso peito foi, nessa noite, uma imensa caixa de ressonância!

susana

















© Hugo Narciso

They have not been in chains, but they haven’t been able not fly. They were not muzzled, but the walls of the blue house are too wide for them to be heard outside (all but for our neighbor Alcides’s chainsaw). The songs, always the songs. The anxiety has been so much from them as it has been ours, but we have reason, they have the madness; if we dream, they are dream itself. Therefore, we have been careful to keep the doors and windows closed ... until last Saturday! We were very well received in Torres Novas, the Café Concert Theater of Virginia, who opened the doors for us and who served a delicious dinner, watered in red. Those who traveled from far to support us again, smiled at distance and timidly, but they were there to hear us. Besides the songs, we took some of our new instruments, the upright bass, the piano, the Cajon, the ukelele. I venture to speak for all and confess that our heart was, that night, a great resonator box!