Em “Like The Wolf” a banda transporta para disco aquilo que tem feito enquanto trio que se adaptou à estrada de forma a mostrar “Letters From The Boatman”.
São canções com muita terra, por vezes mais íntimas, outras mais desabrochadas, sempre com uma pitada acústica, mas onde o banjo e sobretudo o violino nos fazem passear pelos sons folk americanos.Como resultado, o trio oferece-nos neste segundo disco uma dúzia de canções de fino recorte, mas que à primeira audição nos soam menos imediatas que as do primeiro disco. Como resultado temos um disco que se torna cada vez mais belo a cada audição. É um registo para se ir descobrindo, cheio de sublimes pormenores.Se muitos há que gostam de deixar o bom vinho respirar para o sorver em suaves tragos, outros há que gostam de beber tudo de uma assentada. E são esses, os que não estão preparados para líquidos tão finos, que poderão achar este registo de dificil ingestão.Mas aqui há que dar tempo ao tempo. Deixar as músicas escorrer pelo nosso corpo.
“Like The Wolf” foi pensado. Saiu da alma. Arranjou cúmplices e tornou-se gente.Nota maior para a participação de Becky Lee nas faixas “His Secret” e "Return To Me”, que imprime um ar ainda mais sensual à música dos a Jigsaw.Ouvindo canção a canção com ouvidos atentos, notamos que em muito deste disco o som dos a Jigsaw está mais encorpado, muito graças a um contrabaixo e a um piano que se entrelaçam no som doce das melodias.
Miro Vaz volta a brilhar na produção e sem medo arrisca processos de registo, que se adequam na perfeição ao som pretendido pela banda.
Em “Like The Wolf” são outros os processos de criação. Houve outro pensar. Os músicos entregaram-se de outra maneira. João Rui, molda a sua voz com o intuito de a encaixar de forma sentida no restante corpo da canção. Por vezes lembra Leonard Cohen. Dedilha a guitarra com alma e faz o banjo chorar melodias. Jorri dá corpo ao som, ora nas percursões, ora no contrabaixo. Susana presenteia-nos com o seu violino mágico. Mas cada um deles não se fica por aqui, faz muito mais.Este disco começa de forma viva, destacando-se o single “Red Pony”, depois ganha por instantes cores mais pardacentas, tornando-se mais denso, para sair lindo, como começa com a sublime “ A Little Story”. Belo coro.
Estamos assim, perante um disco forte nas convicções, trazido por um grupo que sabe o que quer e como chegar lá. Longe vão os dias das guitarras mais sónicas.Agora é tempo de deixar o lobo uivar e de lhe fazer uma festa. As portas da floresta estão abertas."
Nuno Ávila in santosdacasa.blogspot.com
"Like the Wolf" heard by Nuno Ávila:
"on second album, the a Jigsaw finally find their way. Now, straight and without too many bends. The sound is set: Has as much of folk as of blues. Johnny Cash is the greatest reference.
In "Like The Wolf" the band carries to tape what the trio has been doing while adapting to the road the album "Letters From The Boatman".
The songs have a lot of ground, sometimes more intimate, some more full-blown, with a pinch of an acoustic sound, but where both the violin and the banjo make us walk in the folk American sounds. As a result, the trio give us in this second album a dozen thin-cut crop of songs, but that at the first hearing in the sound are less immediate than the those of the first album. As a result we have an album that becomes more beautiful with each listening. It is a record to taste, full of sublime details. If many like to let the wine breathe and sip with softness, others like to drink all of a stretch. And these are those who are not prepared for such a thin liquid for they may find it difficult to digest. One must give time to time and Let the music flow through our body.
"Like The Wolf" was thought. Came out of the soul. Found Accomplices. High grade for the participation of Becky Lee in the tracks "His Secret" and "Return To Me", where she prints a more sensual air to the music of a Jigsaw. Listening with attentive ears, one notices that on this album the sound of the a Jigsaw is thicker: much thanks to the upright bass and a piano that intertwine in the sound of sweet melodies.
Miro Vaz returns to shine in the production and risks without fear of the recording processes, which fit perfectly to the sound desired by the band.
In "Like The Wolf" there are other processes of creation. There was another thought. The musicians gave themselves differently. João Rui, shapes his voice in order to fit in with the body of the songs. Sometimes he reminds me of Leonard Cohen; he fingerpicks the guitar with soul and makes the banjo cry tunes. Jorri gives body to the sound, sometimes in percussions, sometimes in the upright bass. Susana presents us with her magic violin. But each one of them does not stop there, they go further, much further.This album begins in a lively fashion, particularly with the single "Red Pony"; after briefly gaining a more mousy color, it becomes denser, to come out beautiful and leave as it begins with the sublime "A Little Story." Nice chorus.
Thus, we are faced with an album with strong beliefs, brought by a group that knows what it wants and how to get there. Gone are the days of the sonic guitars. Now it is time to let the wolf howl and to pat him. The doors of the forest are open."
Nuno Ávila in santosdacasa.blogspot.com
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