fevereiro 24, 2010

Pássaro de Ferro (III - Porto)

Se o norte é o destino de todas as bússolas então hoje estamos senão no dia certo. Descemos de novo o Lago Di Garda e voltámos a deter-nos perante a grandiosidade do cenário onde primeiro os olhos têm de seduzir os telhados de Torbole para conhecerem as águas que ali fazem o primeiro limite da fronteira em torno da qual fazemos o nosso caminho. Regressamos às portas de Verona apenas para nos separarmos de Giullieta – somos olhos de Romeu apaixonados por varandas onde o vento que nos trespassa não vai certamente encontrar abrigo permanente. Então para Torino que nos falta mais uma palavra nestas terras a Este. Se o relógio do carro marca 38 horas de viagem, o outro ponteiro aponta 2500Km de Asfalto. Se é a Gaia que nos apresenta às estranhas ruas de Torino, é a ciência que nos retira deste final que em tudo não é um fim mas um outro passo do lobo. Bom companheiro, que nos deste em pouco menos de uns dias mais emoção que uma década inteira, ainda te recordas onde começou? Não te esqueças, não te esqueças, não te esqueças.
Já nos falta pouco tempo – o que no início era excesso é agora privilégio. De Milano apenas conhecemos 3 ruas, a de entrada, a de vista e a de saída. O suficiente para recordar mas não para enternecer. Assim teremos que cá voltar. À medida que nos afastamos vamos planeando um retorno. O frio parece ter retornado aos céus de Itália.
Horas intermináveis de Aeroporto, à espera da partida. Boas horas para tentar arrumar memórias, para que com o bater das asas do pássaro de ferro não nos esqueçamos.
Regressamos a terras familiares para depois partir.
(We’re always leaving or on the run)
Joao Rui
Iron Bird (III-Porto) - If the north is the destiny of every compass, then today we’re but in the right day. We gow down Lake Di Garda and we stopped again to marvel at the great scenery where first the eyes have to seduce the roofs of Torbole to meet the waters that make the border here – the border we’ll follow our trail. We return to the doors of Verona just to separate from Giullieta – we’re the eyes of a Romeo in love with balconies where the wind that goes through us will certainly not find permanent shelter. So to Torino since we’ve got on more word in these lands of east. If the clock of the car is already counting 38 hours of journey, the other is on 2500Km of asphalt. If it’s Gaia that introduces to the strange streets of Torino, it is Science that removes us from this ending that in all is not an end, but just another step of the wolf. Good companion, thou who hast given us in mere days more emotion than an entire decade, do you still remember where it all began? Don’t forget, don’t forget, don’t forget. We don’t have much time – what in the beginning was excess, today is privilege. Of Milano we just know 3 streets, the entry one, the sight one and the exit. Enough to remember, but not to melt our heart. Thus, we must return. As we’re moving away we are already planning the comeback. The cold seems to have returned to the skies of Italy. Never-ending hours of airport waiting to leave. Good hours to try and arrange the memories so that with the beating of the iron bird’s wings we don’t forget. We return to familiar lands, just to leave again. (Estamos sempre a partir ou a ir embora) Joao Rui