Vamos descendo até Strasbourg apenas para nos quedarmos perante a catedral, em frente do altar. Magnifico… Continuamos a caminhada até Mulhouse – é tudo tão rápido e sem imobilidades. Ou talvez me adiante demais porque também a hora é adiantada. Há exactamente 24h atrás acordava dez preciosos minutos mais tarde do que devia., ou pelo menos do que podia – talvez tudo tenha uma razão de ser – então, 2h depois desses dez minutos diziam-nos no aeroporto que a mala de porão já não podia embarcar: uma notícia fantástica acompanhada pelo encontro com o Francisco (Old Jerusalem) na mesma fila de embarque. O mundo é pequeno – ou antes, não é uma questão de dimensão, mas de velocidade. E o tempo é tão veloz que as coincidências são apenas fatalidades da urgência do destino.
Mas avancemos: hoje até a canção do bandido junto à porta de embarque foi mais curta que o costume – é que nas regras da companhia aérea a guitarra deveria ir no porão, mas graças a esta canção de versos simples, ela tem viajado sempre nos meus braços – “se ela não for ao meu lado, prefiro não ir; é a minha mulher; é o meu amor”… é tudo verdade, mas se não for entoado como uma canção creio que iria sempre parar aos escombros de um porão escuro onde não lhe poderia valer se o pássaro perdesse as asas.
Mas onde é que eu ia? Ah, sim, o horário. Então, uns minutos depois do embarque seguimos por entre nuvens que aguardavam formação de chuva enquanto íamos enumerando mentalmente os danos da ausência da mala de porão.
O passo seguinte… o passo seguinte foi junto de um bando de corvos que nos anteciparam a entrada na catedral, que sucedeu uns minutos antes do encontro com uma lontra num dos canais principais de Strasbourg. Uma lontra? Sim, uma lontra… ao longe parecia uma ratazana de dimensão suficiente para ter cartão de identidade e descontar para a segurança social, mas afinal era uma lontra. Ainda assim, uma lontra no centro de uma cidade? Brilhante! Que curiosa visão…
(A mala que não embarcou? Já lá volto)
Joao Rui
Iron Bird (IV - Karlsrehu) - The return to France from the German border is made of countryside of which my memory is not a strangers, but that it is to the eyes that first come into contact with it. Flocks of ravens patrol the roadside with their black wings outstretched under the sun that we miss here - as if they guessed the journey.We head down to Strasbourg just to stop before the cathedral, in front of the altar.Magnificent ... We continue to Mulhouse - it's so quick and without immobility. Or maybe I move forward too much because the hour is late as well. Exactly 24 hours ago I woke up ten precious minutes later than I should. Or at least than I could - perhaps everything has a reason to be - then 2 hours after those ten minutes we were told at the airport that the bag could not embark. A fantastic story accompanied by the meeting with Francisco (Old Jerusalem) in the same row of embark. The world is small - or maybe it’s not a question of size, but speed. And time is so fast that the coincidences are just casualties of the urgency of the destiny. But onward: today even the song of the bandit at the boarding gate was shorter than usual – that’s because the rules of the airline states that the guitar should go in the storage compartment, but thanks to this song of simple verses, she has traveled always in my arms - "if she is not by my side, I'd rather not go, she is my wife, she is my love" ... it is all true, but if not sung as a song she would always end up in the rubble of a dark compartment where I could not help her if the bird lost its wings. But where was I? Ah, yes, time. Then, a few minutes after boarding we mentally list the damage of the absence of the suitcase.The next step ... the next step was with a flock of crows that anticipated the entry into the cathedral, which happened a few minutes before the encounter with an otter in one of the main canals of Strasbourg. An otter? Yes, an otter ... in the distance it looked like a rat big enough to have an identity card and cash for social security, but ultimately it was an otter. Still, an otter in the center of a city? Brilliant! What curious sight ... (The case that failed to board? I’ll get to that later) Joao Rui