Eu costumo imaginar que quando a mim recolho, as paredes que me rodeiam são todas elas mais negras que um sonho interrompido.
Então, ao entrar através da porta do Mercado Negro, foi como recolher-me ao silêncio de outros dias: um quarto negro com degraus de anfiteatro onde a escuridão é cortada por uma luz azul que vai do meu coração às silhuetas que foram entrando entre as canções que a esta hora se aninham por entre as frestas da nossa ausência.
Há um bom par de anos estivemos em Aveiro, numa casa chamada Navio de Espelhos. Pelo que soube foi barco que naufragou – regressou à noite para não voltar. Amanhã voltamos; voltamos a Coimbra.
JoaoRui
The black room: I often imagine that when I go back for me, the walls around me are all darker than an interrupted dream. So, going through the door of Mercado Negro, was like gathering to the silence of other days: a black room with amphitheater steps where darkness is cut by a blue light that goes from my heart to the silhouettes that were entering between the songs that at this time are nested in the cracks of our absence. A couple of years ago we were in Aveiro, in a house called the Ship of Mirrors. From what I’ve heard it’s a boat that sank - returned to the night to not come back. Tomorrow we return, we return to Coimbra. JoaoRui
E voltam ao barco que anda sempre a naufragar...
ResponderEliminar