abril 18, 2012

O Cais [17.04.2012 Bremen – Alemanha]

Junto ao cais de Bremen há barcos que conhecem o peso da ausência marítima: onde os pássaros pendurados nos mastros entregam as suas penas ao vento: oscilando como resquício de incêndio e desaparecendo cada vez que um dos meus passos sucede o outro. Há também promessa de partida. É sempre junto ao cais que me recordo dos que partiram não por amor ao mar, mas por despeito da terra. É sempre junto ao cais que me recordo dos que partiram. Dos que partiram sem que deles me possa alguma vez apartar.
E como me faltam.
João Rui
The waterfront [17.04.2012 Bremen – Germany] Near the pier of Bremen there are boats who know the weight of the absence of the sea: where birds hanging on the masts deliver their feathers to the wind: oscillating like reminders of fire and disappearing every time one of my steps follows another. There is also promise of departure. It is always by the waterfront that I remember of the ones that departed not out of love for the sea, but out of spite from the earth. It is always by the waterfront that I remember of the departed. Of those who left and of whom I can never depart. And how they are sorely missed. João Rui

Sem comentários:

Enviar um comentário