A noite não conhece o nosso sono; não totalmente. Ou então não o compreende. E assim, como silhuetas de Outono, atravessamos Espanha rumo a França através das longas horas desta noite. Aqui vimos encontrar um país dentro de outro país: a Bretanha. Fif, o timoneiro desta embarcação diz-me, ainda de olhos apaixonados pelo nosso Porto, que a Bretanha é como Portugal: não é um caminho nem passagem, mas um destino. Para nós tem sido em si também um porto; uma partida; uma chegada – um destino fugaz de quem a nada mais pertence. E assim assomamos o palco deste país como se fora o derradeiro concerto; como se o sangue nos abandonasse num estrondo e se seguisse a eternidade do silêncio
João Rui
Photo: João P. Miranda
The eternity of Silence [22.04.2011 Guingamp – France] The night does not know our sleep; not entirely. Or maybe she does not understand it. And so, as silhouettes of autumn, we go through Spain towards France in the long hours this evening. We find here a country within another country: Brittany. Fif, the helmsman of this boat tells me, with eyes still passionate for our Oporto, tells me that Brittany and Portugal are the same: not a path nor a passage, but a destination. To us it has been in itself also an harbour; a departure and an arrival - an elusive target for whom no longer belongs to anywhere. And so, we took the stage of this country as if it was the last concert; as if the blood abandoned us in a blast and what followed was the eternity of silence. João Rui
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