Apropriamo-nos de horas menos próprias para entregar estes murros silenciosos contra a pele curtida. Ali dentro da sala vazia, ouve-se o som abafado das baquetas que violentamente penetra as paredes desta casa. Ouvimos continuamente as palavras que sobrevoam a fita e recordamo-nos do que aqui nos trouxe.
E nem há sol ou pôr-do-sol. Não há lua nem nuvens, nem estrelas. Há um silêncio que perdura em tudo, mas que aqui não pertence. O som da pele é um grito que não é abafado nem é um desabafo. É um sem número de palavras que clamam resgate do nosso corpo. Que queriam ser ouvidas mas que apenas terão direito ao estrondo que embala os minutos e os segundos que se amassam à porta do que permitimos.
João Rui
E nem há sol ou pôr-do-sol. Não há lua nem nuvens, nem estrelas. Há um silêncio que perdura em tudo, mas que aqui não pertence. O som da pele é um grito que não é abafado nem é um desabafo. É um sem número de palavras que clamam resgate do nosso corpo. Que queriam ser ouvidas mas que apenas terão direito ao estrondo que embala os minutos e os segundos que se amassam à porta do que permitimos.
João Rui
Foto: Alexandre Nobre
The sound of skin - we take for our own less proper hours to deliver these silent blows against the tanned leather. There, inside the empty room, one hears the muffled sound of drumsticks that violently penetrate the walls of this house. We hear the words continually flying over the tape and we remember what brought us here. And there is neither sun nor sunset. There are neither clouds nor moon, nor stars. There is a silence that lasts in all, but that does not belong here. The sound of the skin is a scream that is not muffled and neither is it a rant. It is an endless number of words that call redemption from our body. That wanted to be heard but that only will be entitled to the bang that cradles the minutes and seconds kneading by the door of what we allow. João Rui
Obrigada por vos ter ouvido pela primeira vez quando efectivamente precisava de algo novo. Ontem, pela primeira vez, por acidente, num café em Coimbra, como banda sonora para pensamentos desorganizados sobre a vida.
ResponderEliminarDos meus blogues:
» http://coisasapressao.blogspot.com/
» http://contosmaispontos.blogspot.com/
(em particular o de hoje: http://contosmaispontos.blogspot.com/2011/03/no-momento-em-que-abriu-o-caderno-viu.html)
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obrigado Sofia.
ResponderEliminargostámos bastante de ler as tuas palavras.
É curiosa a maneira como as vidas se cruzam.
beijinho dos lobos