A chuva insiste em aconchegar-nos cada passo. Ouve-se espaçadamente o rumor da sua chegada na vidraça por onde retorna a memória de outros dias. E vem um vento não sei bem de onde, que sopra por entre a relva miúda até à porta do estúdio. Talvez seja o riso de que te falam quando as tuas feições eram a promessa do estranho que hoje te devolve o olhar do espelho. Esconde-se entre as folhas deste caderno e olha-me como se fora eu daqui a uma vida inteira, com tantas promessas quebradas por entre as linhas onde ele foi certeza de infinito.
Andamos às voltas nesta casa à procura de uma certeza que daqui a um bom par de anos vai ser recordação maltratada.
Quem me dera não te esquecer.
João Rui
Andamos às voltas nesta casa à procura de uma certeza que daqui a um bom par de anos vai ser recordação maltratada.
Quem me dera não te esquecer.
João Rui
The wind of Portus Alacer - The rain insists on tucking our every step. One hears the rumor of its arrival sprinkling in the window from where the memory of other days returns. And there is a wind that blows through the small grass that comes from I don’t know where up to the door of the studio. Maybe it's the laughter of which you’ve been told of when your face was but the promise of the stranger’s eyes that look upon you from the mirror. He hides among the pages of this book and looks at me as though as if it were me a lifetime from now, with so many broken promises between the lines where he was certainty of infinity. We go around in circles in this house looking for a certainty that within a couple of years will be an abused memory. How I wish I would not forget you. João Rui
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