Tenho que regressar dois andares abaixo para voltar ao principio: antes da Ibone nos apresentar o voo do olhar, antes da Ariadna Gil nos contar do filme que gravou em Lisboa, antes do Rafa me oferecer um mojito, antes do showcase na Fnac Gavia, antes da viagem acelerada, antes da Fnac Parquesur, antes de sairmos do El Retiro.
Então adiante porque nunca se consegue voltar tanto atrás para se poder levar tudo.
A chuva que continua a ameaçar uma queda eminente, tem-nos sido a sombra dos caminhos que vamos percorrendo. Mas ainda não é a hora.
Ao início da tarde, entrámos num dos maiores parques de Madrid, talvez o maior. El Retiro. Tudo começa debaixo das arcadas de flores por onde caminhámos de guitarra e auto-harp. Sentados junto à fonte que se rodeia de flores de todos os canteiros do mundo, fomos encontrar nestes aromas tão diversos o tanto que faltava para terminar uma nova melodia. Já não nos volta a sair do coração. Perto das seis da tarde, sem memória da manhã, contámos pela primeira vez os nossos seis dias cegos a quem veio saber do silêncio do lobo. E como vieram… alguns que não sabiam qo que vinham, outros que nos ouviram falar ontem dele na Radio 3. Todos que em silêncio nos permitiram o nosso. Gracias!
Mas o tempo continua contado como ontem, porque o primeiro concerto dista apenas duas horas do segundo e há toda uma logística que não se pode olvidar.
Ainda sem chuva, avançamos mais rápido do que devíamos porque deste tempo que estava contado oferecemo-lo a quem nos veio contar dos seus silêncios.
A diferença de um concerto para o outro está apenas na quantidade de sorrisos que conhecemos, como o da Arantxa, do Rafa, de tantos outros… Bom voltar a encontrar-vos tão longe de onde vos conhecia.
Seguimos felizes, largando a mão dos ponteiros para que o tempo se perca e partimos rumo ao fim da noite; para tudo o que se seguiu antes de subir os dois andares.
Voltamos a subir as escadas.
A chuva perdeu a timidez com que nos seguia e decidiu encontrar-nos aqui: num terraço à chuva, com os olhos a sobrevoar Madrid.
Una terraza bajo la lluvia - It is here that the night ends: in a terrace in the rain, with the eyes flying over Madrid. I have to return two floors below to return to the beginning: before the Ibone introduced us to the flight of the eys, before Ariadna Gil told us about the movie she recorded in Lisbon, before Rafa offerd me a mojito, before the showcase at Fnac Gavia, before the quick travel, before Fnac Parquesur, before we left the El Retiro. So move on, because you can never go far back enough to be able to take everything. The rain continues to threaten an imminent demise, she has been in the shadow of the paths we've traveled. But it is not the time yet.By early afternoon, we entered one of the biggest parks in Madrid, perhaps the greatest: El Retiro. Everything starts beneath the arches of flowers where we walked with the guitar and auto-harp. Sitting by the fountain that surrounds itself with flowers of all the world, we found in these scents as diverse that what we needed to finish a new tune. This will no longer flee from our hearts. Close to six in the evening, with no memory of the morning, we told our first six blind days to who came to know the silence of the wolf. And there were those who did not know ... and some others who heard him yesterday on Radio 3. Everyone who silently allowed us to ours. Gracias!
But time is still counted as yesterday, because the first concert is located only two hours from the second and there is a whole logistics that can not be overlooked. Even without rain, we move faster than we should because this time we did not have was offered to those who came to tell us of their silences. The difference in a concert to the other is just the number of smiles we know, such as Arantxa of Rafa, many others ... Good to meet you here, so far from where I knew you. We follow happily, dropping the hand of the pointers of time and we begin moving towards the end of the night, for everything that went before we climbed the two floors. We go back up the stairs. The rain has lost the timidity with which it followed us and decided to find us here: in a terrace in the rain, with the eyes flying over Madrid. Joao Rui
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