abril 28, 2012

A escuridão que nos acompanha [27.04.2012 Bremen – Alemanha]


Somos como o mar – e vamos sobrevivendo bem perto da superfície, onde tudo acerca do que somos é claro como as águas que as marés não conseguem fustigar. Mas o olhar atento que perscruta um pouco mais além (ou em profundidade) revela-nos o intangível do espaço em que o invisível existe dentro do nosso ser.
E então recordo-me das tuas palavras “nem nas minhas mãos eu confio” – porque delas é seu mestre a escuridão que em boa verdade somos. Talvez nunca sejamos menos que essa escuridão e todas as outras adições de que nos disfarçamos sejam apenas fantasia ou esperança de luz.
Mas sem esses vestidos, serás sempre um estranho à curiosa dança que a tua escuridão condena.
João Rui


The darkness that accompanies us [27.04.2012 Bremen - Germany] We are like the sea - and we survive well near the surface, where everything is about what we are is clear as the water that tides cannot harass. But the watchful eye, peering a little further (or in depth) reveals the intangible space where the invisible exists within our being. And then I remember your words “Even in my hands I do not trust" – for in truth, their master, is the darkness that we really are. Maybe we are never less than this darkness, and all other additions are just fantasy in disguise or hope of light. But without these dresses, you will always be a stranger to the odd dance that your darkness condemns. João Rui

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